Paz e Omissão

Pacífico x Passivo

Um grande equívoco que tenho observado é a confusão que se faz entre ser pacífico e ser passivo diante dos acontecimentos e situações da vida. Vivemos em uma época ímpar em que temos todas as oportunidades para manifestar tanto o melhor quanto o pior de nós. Mas a escolha precisa ser consciente.

Quando a realidade é aviltante, qual será a nossa posição? Aceitar simplesmente é ser conivente, é ser omisso. Mas normalmente é de pouca valia nos inflamarmos e nos indignarmos e nos preenchermos de raiva, bem como daquela tristeza paralisante.

No mês de Setembro tive a oportunidade de participar de 11 dias de Meditação pela Paz, e foi um aprendizado lindíssimo. Cada dia trazia um tema específico como a busca pela Paz que advém do fim da crueldade contra os animais, do fim da violência doméstica, do fim da violência contra as crianças e as mulheres, do fim da exploração econômica, do fim da violência contra a Natureza… Em cada um destes pontos, os palestrantes nos conduziam a refletir sobre a nossa própria responsabilidade, sobre o quanto nós já contribuímos para o aumento (mesmo que em uma escala pequena) de cada fator que elimina a verdadeira Paz. E uma das frases que ficou ecoando no meu coração foi sobre a omissão.

Omissão

Não podemos mais nos omitir. Quando um irmão é vítima de violência nós sentimos com profundidade, mas o que acontece com o filho do vizinho ou com o cachorro abandonado, ou com a pessoa que vive do outro lado do mundo, simplesmente não toca… Não somos todos irmãos? Não dizemos que “Somos Todos Um”?
Então, eu pergunto, você conseguiria assistir na televisão a violência sofrida por seu irmão? Conseguiria ficar sentado/sentada no sofá o dia inteiro ouvindo as pessoas comentarem sobre o que o seu irmão passou, sobre os motivos e sobre as pessoas que causaram a violência? Tenho absoluta certeza que não. Assistir programas sobre violência é apenas uma prova do quanto estamos desconectados do outro.

Paz

Temos conversado muito sobre o significado da Paz e sobre o que nos afasta do estado de Paz… Muitos podem acreditar que só encontrarão Paz se se afastarem das pessoas, dos seus chefes, dos centros urbanos, dos desafios do dia-a-dia, das contas para pagar… Se fugir dos problemas causa uma certa tranquilidade, mas voltando à rotina a perturbação também volta é porque o que se encontrou no isolamento não foi Paz.


Minha experiência como Mãe me traz um pouco dessa visão. As travessuras e teimosias de uma criança pequena podem nos tirar a tranquilidade, mas não nos tiram a Paz. Mesmo que a situação seja daquelas que exigem providências, um sorriso e um abraço parecem resolver qualquer diferença. Mas veja bem, não podemos permitir que essa criança faça tudo o que quiser, não podemos nos furtar à responsabilidade de mostrar a ela o que é certo e o que é errado, impedir que ela se fira ou que fira outras pessoas. Muitas vezes, permitir isso é o que pode tirar a Paz do coração de pai ou mãe. Seria passividade. A passividade tem consequências terríveis. Por outro lado, os pais que assumem a sua função como educadores não encontrarão descanso, mas encontrarão Paz.

E assim, eu penso, deveria ser para com qualquer ser vivente, e para com a nossa “Casa Comum”, a Terra.
Então, vamos permitir que o nosso coração se conecte e que sinta o que São Francisco sentia ao chamar o Vento de irmão. E, com Amor e Coragem, vamos buscar compreender nossos irmãos em suas necessidades e anseios e talvez sair dos nossos quadrados para estender a mão.

Conheça mais sobre o meu trabalho clicando na imagem abaixo.

Giovanna Luz - Especialista no Método Acordos Espirituais

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